Nova campanha nacional de vacinação contra sarampo começa nesta segunda
07/10/2019

Esforço de imunização tenta conter epidemia que já supera 6.000 casos, 97% deles em São Paulo

Uma nova campanha de vacinação contra o sarampo começa nesta segunda-feira (7/10) no Brasil para tentar frear uma epidemia concentrada no estado de São Paulo e já resultou em mais de 6.000 casos, segundo dados do Ministério da Saúde.

Na primeira etapa, até 25 de outubro, o público-alvo são crianças de 6 meses a 5 anos de idade. Num segundo período, de 18 a 30 de novembro, a campanha receberá adultos de 20 a 29 anos que não estão com a vacinação em dia.

O Ministério da Saúde assumiu como meta vacinar 2,6 milhões de crianças e 13,6 milhões de adultos.

O governo afirma ter distribuído desde o início do ano 25,5 milhões de doses da vacina tríplice viral (que combate sarampo, caxumba e rubéola) e que o estoque é de 60 milhões de unidades, o suficiente para cumprir o objetivo.

Para incentivar o engajamento local na campanha, o Ministério da Saúde anunciou ter reservado uma verba de R$ 206 milhões para repassar aos municípios. Para receber o recurso integralmente, secretarias de saúde terão que informar mensalmente o estoque das vacinas e atingir 95% de cobertura vacinal contra o sarampo em crianças de 1 a 5 anos.

Municípios que alcançarem mais de 90% de cobertura terão acesso a uma parte dos recursos a que têm direito, segundo o ministro Luiz Henrique Mandetta afirmou em entrevista coletiva.

O “Dia D” da campanha, no qual todos os postos de vacinação devem permanecer abertos, será em 19 de outubro, para crianças, e 30 de novembro, para adultos.

A volta do vírus

A atual campanha de vacinação tenta frear o surto de uma doença que, em dois anos, saiu de uma situação de virtualmente erradicada para preocupação de segurança nacional.

Foram registrados pelas secretarias estaduais de todo o país, 6.640 casos de sarampo neste ano até 2 de outubro, 97% ocorreram no estado de São Paulo, espalhados por 173 municípios. O período de maior disseminação foi o de julho a setembro, que concentrou mais de 80% dos casos.

Das dez mortes atribuídas à doença em 2019, nove foram em São Paulo, e uma em Pernambuco.

Quatro das mortes anunciadas em São Paulo na última quarta-feira pela Secretaria de Estado da Saúde não haviam ainda sido incluídas no último boletim epidemiológico nacional.

A última contagem do Ministério da Saúde comunicava 5.404 confirmados no país, mas só em São Paulo as autoridades estaduais já contabilizavam mais de 6.000.

Apesar da concentração da epidemia em São Paulo, já há casos de sarampo registrados em 19 estados neste ano. A região menos afetada é a Norte, onde só o Pará notificou ocorrências da doença. No ano passado, quando ocorreu um surto de mais de 10 mil casos, o Norte foi a região mais afetada, sobretudo Amazonas e Roraima.

No ano passado, acredita-se que o vírus tenha chegado com refugiados da Venezuela. Neste ano o governo afirma ter rastreado o surto a um paciente proveniente da Espanha.

A volta do problema é atribuída não só a um maior fluxo internacional de pessoas contaminadas mas também à baixa taxa de vacinação do Brasil, que há três anos tem vários estados com cobertura vacinal deficiente.

Segundo o Ministério da Saúde, das 26 unidades da federação, só 11 terminaram o ano passado com mais 95% de cobertura vacinal para a primeira dose da tríplice viral, o nível recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

São Paulo, com 90%, era um dos estados com a cobertura abaixo do ideal. O Rio de Janeiro tinha então 99% de cobertura, nível adequado. Os três estados em pior condição eram Bahia, Amapá e Pará, todos com 80% ou menos de cobertura. A média do Brasil era de 92%.

Fonte: Anahp




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