Como levar os serviços de saúde para lugares remotos do país?
16/10/2019

Garantir atendimento de alta complexidade em regiões afastadas de grandes centros urbanos exige logística, gestão eficiente e uma compreensão das especificidades que envolvem a cultura de cada lugar

O Brasil é um dos maiores países do mundo, com dimensões territoriais semelhantes ao de quase toda a Europa. No norte do País, apenas o Estado do Pará supera o tamanho de países como França, Itália e Reino Unido, chegando bem próximo, inclusive, da Angola.

O território do Pará ainda abrange boa parte da floresta Amazônica, a maior floresta tropical do mundo. Neste contexto, além da grande variedade de culturas, climas e etnias, os desafios enfrentados na região envolvem o atendimento especializado em saúde à locais remotos, acessíveis em algumas ocasiões apenas por meios fluviais.

É exatamente neste campo que a Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, uma entidade filantrópica com mais de meio século de atuação na gestão em saúde, mostra sua expertise. Para superar a barreira da distância, uma estratégia é a descentralização dos atendimentos, levando para mais perto da população os profissionais e a estrutura necessária, evitando fluxos migratórios.

A entidade gerencia dez hospitais no estado do Pará, destes, apenas três estão localizados na região metropolitana de Belém. Nos últimos anos, o Governo do Estado construiu e implantou unidades em Marabá, Altamira, Santarém e Barcarena, todos administrados pela Pró-Saúde, sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (SESPA).

A entidade gerencia as seguintes unidades: Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo e Hospital Público Estadual Galileu, ambos em Belém; o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, em Ananindeua; o Hospital de Porto Trombetas, em Oriximiná; O Hospital 5 de Outubro, em Canaã dos Carajás; Yutaka Takeda, em Parauapebas; Hospital Regional Público do Sudeste do Pará, em Marabá; Hospital Regional da Transamazônica, em Altamira; Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, e o Hospital Materno-Infantil Dra. Anna Turan, em Barcarena.

Essas unidades levaram atendimento de alta complexidade para o interior do Estado, evitando o fluxo migratório para a capital, dando mais agilidade aos atendimentos e desafogando a rede da região metropolitana. “O grande desafio foi, dentro da política estadual de saúde, descentralizar os atendimentos, que até então eram realizados, em maioria, na região metropolitana de Belém. O que nós conseguimos foi uma saúde muito mais resolutiva no interior do estado do Pará”, ressalta Rogério Kuntz, diretor Operacional da Pró-Saúde no Pará.

Porém, para garantir o pleno funcionamento dessas unidades, alguns desafios precisam ser superados. “Com a descentralização vieram grandes desafios, principalmente relacionados à questão da logística. Na Amazônia, as principais “rodovias” são os rios. Neste contexto, imagine hospitais de média e alta complexidade com apelo tecnológico alto e uma gama muito grande de materiais e medicamentos diferenciados. Para suprir essas necessidades, nós tivemos que criar uma logística eficiente”, ressalta Kuntz.

Com os desafios, surgem as soluções

Um dos desafios enfrentados pela Pró-Saúde está no estímulo contínuo do interesse dos profissionais em atuar em áreas remotas. Em busca de soluções, e que também pudessem se estratégicas para a entidade, a diretoria corporativa Médica atua no trabalho de captação e desenvolvimento de profissionais para atuação em todo o território, uma vez que a Pró-Saúde está presente em 23 cidades de 11 Estados brasileiros.

“Mais uma estratégia de destaque é trabalhar em parceria com prestadores de serviços médicos de atuação nacional, o que potencializa essa distribuição de profissionais em todo o país”, ressalta Miguel Paulo Duarte Neto, diretor Executivo-Geral da Pró-Saúde.

Outra dificuldade ocasionada pela localização remota na região amazônica é o abastecimento de produtos hospitalares. Porém, a questão vem sendo superada pela entidade com a implantação de uma central de compras localizada na sede da entidade, em São Paulo. O setor é responsável por realizar o abastecimento de toda a rede, proporcionando transparência aos processos, além da segurança de reposição dos insumos em todas as unidades.

O reconhecimento nacional de excelência

A Pró-Saúde possui seis hospitais no estado do Pará com certificação da Organização Nacional de Acreditação (ONA), a mais importante e respeitada entidade avaliadora da qualidade dos serviços de saúde do Brasil. Destes, três já alcançaram o nível máximo, acreditado com Excelência de nível 3 (ONA 3). São eles os hospitais Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, e Regional Público da Transamazônica, em Altamira, e o Hospital Público Estadual Galileu, em Belém. Além disso, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, primeira unidade pública e especializada em câncer infantojuvenil na região amazônica, já recebeu neste mês a indicação para acreditação ONA 3.

Participação na Assembleia Sinodal

No mês de outubro está em andamento a Assembleia Sinodal com o tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. O Sínodo é uma instituição permanente da Igreja Católica e consiste em um encontro religioso na qual bispos, reunidos com o Papa, têm a oportunidade de trocarem informações e compartilhar experiências.

De acordo com o Papa Francisco, que convocou o Sínodo em 2017, “o objetivo principal desta convocação é identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta”. A Pró-Saúde, alinhada com essa preocupação e atenta à questão, apoia o tema e participará ativamente desta discussão.

Sobre a Pró-Saúde

A Pró-Saúde é uma entidade filantrópica que realiza a gestão de serviços de saúde e administração hospitalar há mais de 50 anos. Seu trabalho de inteligência visa a promoção da qualidade, humanização e sustentabilidade. Com 16 mil colaboradores e mais de 1 milhão de pacientes atendidos por mês, é uma das maiores do mercado em que atua no Brasil. Atualmente realiza a gestão de unidades de saúde presentes em 21 cidades de 11 Estados brasileiros — a maioria no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde). Atua amparada por seus princípios organizacionais, governança corporativa, política de integridade e valores cristãos.

A criação da Pró-Saúde fez parte de um movimento que estava à frente de seu tempo: a profissionalização da ação beneficente na saúde, um passo necessário para a melhoria da qualidade do atendimento aos pacientes que não podiam pagar pelo serviço. O padre Niversindo Antônio Cherubin, defensor da gestão profissional da saúde e também pioneiro na criação de cursos de Administração Hospitalar no País, foi o primeiro presidente da instituição.





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