Apenas 6% das pacientes com câncer de mama no RJ são atendidas no prazo previsto em lei
11/11/2019

Conta é da Sociedade Brasileira de Mastologia. Lei determina que tratamento comece em 60 dias.

Pacientes com câncer encontram dificuldades para conseguir tratamento pelo SUS

Apenas seis em cada cem pacientes com câncer de mama no RJ conseguem iniciar o tratamento em 60 dias, como manda a lei. Os dados são da Sociedade Brasileira de Mastologia. A entidade afirma ainda que o RJ é o estado que mais desobedece ao prazo legal.

A média nacional é bem superior à fluminense: 40% das mulheres são atendidas em dois meses, contra os 6% do RJ. O estado também está na lanterna do Sudeste.

Em vigor desde 2013, a Lei dos 60 dias determina que o paciente dê início ao tratamento em, no máximo, dois meses após a inclusão da doença no seu prontuário do Sistema Único de Saúde (SUS).

O prazo máximo vale para que o paciente passe por uma cirurgia ou inicie sessões de quimioterapia ou radioterapia, conforme prescrição médica.

O relatório da entidade alerta que a demora no início do tratamento causa prejuízos para os pacientes, como a diminuição das suas chances de cura e do tempo de sobrevida.

O médico Rafael Machado explica que a falta de médicos e de insumos faz com que “a roda do tratamento não gire”.
“Quem basicamente opera câncer no Rio são os hospitais federais. Mas há anos não tem concurso público para a contratação de profissionais. Dessa forma, as pacientes sofrem — e nós também, porque acompanhamos essa situação de perto, sem conseguir uma solução efetiva”, detalha.

“O câncer não espera. O câncer cresce”, resume Rafael.

Pacientes relatam drama

Nesta quinta-feira (7), o Bom Dia Rio e o RJ1 mostraram o relato de pacientes com câncer que enfrentam dificuldades durante o tratamento da doença.

As queixas incluem falta de medicação para quimioterapia e demora para fazer uma consulta. A Defensoria Pública da União afirma que a espera pode chegar a oito meses.

O defensor público Daniel Macedo é o responsável pela ação coletiva que pede o reabastecimento dos pacientes quimioterápicos nas unidades federais do RJ, que são responsáveis por 80% dos tratamentos de câncer no estado.

O percurso do paciente com câncer na rede pública

Ele sente dores e vai na clínica da família, onde fica dois meses para ser atendido;

O clínico-geral pede exames, que levam, por exemplo, outros cinco meses para serem realizados;

Quando junta esses exames, o médico pede uma vaga ao estado e o paciente entra no sisreg; leva, em média, outros quatro meses para ele conseguir dar entrada;

Após ter a linha de cuidado definido — que depende do tipo e grau do câncer —, ele começa o tratamento. Da clínica até aqui, já foram nove meses. Dependendo do tipo de câncer, ele pode ser salvo;

Se for para um hospital federal, o tratamento tem grandes chances de ser interrompido ou nem sequer começar.

No Hospital do Andaraí, em setembro deste ano, 42% dos pacientes tiveram o tratamento suspenso por falta de medicação.

 

Fonte: G1




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