Em apenas dois meses, o Fleury anunciou três aquisições de empresas no Nordeste, que juntas somam R$ 214 milhões. A transação mais recente, informada ontem ao mercado, é a compra do Inlab - Investigação Laboratorial, no Maranhão, por R$ 90 milhões.
 
As outras duas operações foram a compra do Diagmax, do Recife, por até R$ 112 milhões, e do Centro de Patologia Clínica (CPC), vendido por R$ 12 milhões, cuja sede fica em Natal. Ambas as transações foram anunciadas no mês passado.
 
“Não há um preferência específica pelo Nordeste. Surgiram boas oportunidades nessa região. No ano passado, compramos a Lafe, que tem 31 unidades no Rio. Com isso, já conseguimos uma grande capilaridade no Rio”, disse Jeane Tsutsui, diretora executiva de negócios do Grupo Fleury, cuja sede fica em São Paulo.
 
Durante teleconferência de resultados do terceiro trimestre, Carlos Marinelli, presidente do Fleury, informou que a rede de medicina diagnóstica tem mapeados por volta de dez ativos para aquisição. “São avaliadas oportunidades onde a empresa atua e não atua”, disse Marinelli.
 
Questionada se a companhia está preferindo crescer por meio de aquisições, em detrimento de um crescimento orgânico, Jeane disse que o plano de expansão planejado em 2016 previa entre 74 a 90 novas unidades até 2021.
 
“Já construímos 54 novas unidades e com a compra da Lafe incluímos mais 31 unidades. Adaptamos nossas estimativas conforme as aquisições que fechamos. Estamos dentro da meta estabelecida”, afirmou a diretora-executiva.
A Inlab conta com 21 unidades, o CPC tem 7 pontos e o Diagmax, 4 laboratórios.
 
No atual cenário de economia ainda fraca, após uma redução relevante de usuários de planos de saúde durante a recessão, um dos grandes desafios para os prestadores de serviços (hospitais, laboratórios e clínicas) têm sido conseguir credenciamento com operadoras de convênios médicos, que têm evitado aumentar sua rede credenciada.
 
 
 
Na metade do ano, entre as novas unidades do Grupo Fleury, cerca de 60% a 70% dos laboratórios da marca a+ foram credenciados pelas operadoras. Já na bandeira Fleury, o credenciamento era de 100%.
A aquisição do Inlab marca ainda a entrada do Grupo Fleury no Maranhão. É a 34ª compra de um laboratório concorrente feita pela companhia desde 2001.
O pagamento do Inlab será feito à vista. Na semana passada, o Fleury aprovou uma emissão de debêntures no valor de R$ 500 milhões para reforço de capital de giro e alongamento da dívida da companhia.
 
Jeane lembra ainda que o Fleury vem investindo fortemente na diversificação da operação. A companhia de medicina diagnóstica adquiriu, no ano passado, a SantéCorp, consultoria que faz gestão de saúde de funcionários em empresas e abriu uma clínica especializada em atendimento ortopédico, além de investir em exames de genética.
 
No acumulado dos nove primeiros meses do ano, a receita líquida da rede de medicina diagnóstica somou R$ 2,2 bilhões, alta de 8,7% quando comparado ao mesmo período de 2018.