Acionistas do grupo DPSP, das redes Pacheco e São Paulo, aceitam venda
03/12/2019
Parte dos sócios do grupo DPSP, dono das drogarias Pacheco e São Paulo está aberta a negociar a venda de 100% da empresa, segundo um sócio minoritário ligado à família Barata, maior acionista da varejista, com 51% de participação. Ontem, o site “Brazil Journal” informou que a rede de farmácias estaria negociando a operação com a mexicana Femsa.
 
Dois sócios do grupo negaram ontem ao Valor que exista uma proposta na mesa da Socofar, a subsidiária da Femsa na área de drogarias, ou de qualquer outro grupo, mas um deles admite que há constantes sondagens de bancos e assessores financeiros que querem intermediar a venda da empresa. “Com a valorização do dólar, perdemos valor [a transação em real fica mais barata], mas internamente não há consenso sobre condições gerais e preço”, diz um dos sócios.
 
Desde 2015, há divisões internas da DPSP, com parte dos sócios ligados à Drogaria São Paulo mais favorável a se desfazer do negócio que acionistas ligados a Pacheco.
 
São 12 sócios pelo lado da Drogaria São Paulo e ainda há os integrantes da família Barata, pelo lado da Pacheco, o que torna qualquer eventual negociação de venda complexa e lenta.
 
Uma segunda fonte diz que o grupo não aceitaria vender a operação por múltiplo inferior a 20 vezes o valor do lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, da sigla em inglês). Em 2019, o Ebitda da companhia deve ficar entre R$ 700 milhões e 750 milhões, o que levaria a um negócio de até R$ 15 bilhões.
 
Para efeito de comparação, a Raia Drogasil tem valor de mercado de R$ 36,8 bilhões para um Ebitda anual duas vezes maior que a DPSP, projetado em R$ 1,4 bilhão neste ano, segundo analistas.
 
Em 2015, quando a americana CVS chegou a negociar a compra da DPSP, a aquisição era avaliada em cerca de R$ 6 bilhões, 17 vezes o Ebitda daquele ano. A transação não avançou exatamente por discordâncias relativas a preço.
 
Uma eventual negociação com a Femsa reforçaria consideravelmente o braço de varejo de farmácias da empresa na América Latina. A Femsa tem farmácias no Chile, Equador e Colômbia - são cerca de 1,5 mil pontos, de marcas como Cruz Verde, Fybeca e SanaSana.
 
Segundo uma fonte da área de postos e distribuição, a Femsa busca criar uma operação de varejo no país que possa ser instalada em postos de combustíveis. Em agosto, fez uma joint venture com a Raízen (dona dos postos Shell no Brasil) para expandir seus negócios em lojas de conveniência. A Femsa é dona da rede Oxxo, a maior do segmento na América Latina.
 
Procurada, a Femsa informou, por nota, que não comenta rumores. Mas acrescentou que sempre analisa novas opções e oportunidades de negócios “para incorporá-las à nossa proposta de valor e, assim, atender às necessidades de nossos clientes”.
 
Segunda maior varejista de drogarias do país, a DPSP informou ontem que não se manifestaria.
 
 
Fonte: Valor




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