Com a pandemia da Covid-19 e o impacto sobre os setores produtivos de todo o mundo, o abastecimento dos setores farmacêuticos brasileiros pode sofrer reduções. Anfarmag, entidade responsável pelas farmácias de manipulação, já iniciou discussões para gerenciar estes impactos e zelar pela saúde da população
Diante da pandemia provocada pelo novo coronavírus, a Anfarmag – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais –, entidade que representa as farmácias de manipulação do Brasil, iniciou interlocução com sociedades médicas, secretarias de saúde, hospitais e unidades de saúde públicas e privadas. A ação é motivada pela expectativa de que alguns dos medicamentos mais demandados pela população neste momento podem, eventualmente, ter sua oferta reduzida, considerando que os principais fabricantes mundiais do setor farmacêutico estão localizados na Europa e na Ásia, continentes severamente afetados pelo vírus. A doença vem afetando todas atividades produtivas pelo mundo, bem como os fluxos de importação e exportação.
De acordo com o farmacêutico e presidente do Conselho de Administração da Anfarmag, Adolfo Cabral Filho, essa iniciativa tem o objetivo de preparar os agentes de saúde de todo o país para buscarem alternativas caso essa previsão preocupante se confirme. Pela natureza da atividade das farmácias de manipulação, que preparam os mais variados tipos de medicamentos – e, portanto, mantêm estoques de matérias-primas –, o presidente acredita que o setor terá capacidade de suprir o crescimento da demanda ao longo do período mais crítico de crise. “O Brasil tem cerca de 8.000 farmácias de manipulação distribuídas pelo território nacional e todas elas contam com farmacêuticos à disposição dos médicos e da população. Nosso papel, nesse momento de mobilização mundial, é dar apoio aos profissionais de saúde para buscar soluções alternativas sempre que for necessário, garantindo a continuidade dos tratamentos”, afirma.
Entre os medicamentos cuja demanda deve aumentar nas próximas semanas, estão antitérmicos, antivirais, analgésicos, anti-inflamatórios, anti-histamínicos, antibióticos. Para Adolfo, a contribuição das farmácias de manipulação será especialmente relevante nos casos em que for necessário realizar ajuste de dose, associação de insumos ativos e preparo de formas farmacêuticas diferenciadas. “Os casos mais graves afetados pelo coronavírus são pacientes idosos, bem como aqueles com doença respiratória, doença cardiovascular, diabetes, hipertensão e câncer – pessoas que costumam ser polimedicadas e demandam um cuidado personalizado”, explica.
Para ele, este é um momento em que os diversos setores da saúde devem trabalhar de forma colaborativa com o objetivo de amparar a sociedade com foco no controle e redução de danos da pandemia. “Reafirmando, portanto, nosso compromisso com a saúde da população brasileira, o setor de farmácias de manipulação não medirá esforços para garantir a manutenção da assistência aos pacientes”, reforça o presidente da Anfarmag.