Telemedicina é liberada no Brasil e pode contribuir no combate ao Coronavírus
27/03/2020

Médico brasileiro pós-doutor em Harvard cria tecnologia que conecta médicos e pacientes no país e que pode ser uma aliada contra o Covid-19

Conselho Federal de Medicina (CFM) decide liberar a telemedicina no país a partir de decreto publicado nesta quinta-feira (19). Devido a previsão do aumento do número de casos do Coronavírus e o risco de superlotação dos serviços de saúde, a medida autoriza que os médicos possam fazer atendimentos não presenciais.

Os profissionais em todo país podem a partir de então realizar teleorientação (orientação e encaminhamento de pacientes em isolamento), telemonitoramento (monitoramento de condições de saúde de pacientes) e teleinterconsultas (troca de informações entre médicos).

Nesse sentido, DrChat, uma plataforma criada recentemente no Brasil, nasce para aproximar médicos e pacientes. A ideia é possibilitar que qualquer pessoa possa ter fácil acesso a médicos, a qualquer momento do dia, sem ter que sair de casa.

Telemedicina e o Coronavírus

Segundo Dr. Daniel Branco, médico neurologista, pós-doutor em mapeamento cerebral pela Harvard Medical School e especialista no desenvolvimento de negócios com foco no futuro da saúde digital, há diversos motivos pelos quais a telemedicina se faz essencial nesse momento da pandemia mundial pelo Coronavírus.

“Com a necessidade do isolamento social, os médicos também podem atender seus pacientes por meio de recursos digitais. Assim, todos podem ser menos expostos”, afirma.

O especialista lembra que já existem evidências que mostram que a doença não ocorre apenas com os idosos. Inclusive, mesmo os médicos mais jovens, por terem muita exposição ao vírus, podem acumular carga viral e também ficarem doentes. “Não é necessário expor o profissional se o trabalho que ele precisa realizar pode ser feito à distância”, reitera.

Plataforma online pode salvar vidas

Neste momento, em todo país, as pessoas têm relatado dificuldade em obter informações corretas. Algumas, na tentativa de saber se estão ou não com o vírus, estão indo aos hospitais, sem necessidade.

Numa situação como essa de confinamento, Dr. Daniel Branco acredita que a revolução digital possa salvar vidas. O médico sempre acreditou que todos poderiam ser mais bem cuidados com um sistema de saúde digital. Agora, com a situação mundial do Coronavírus, essa crença ficou ainda mais forte.

Desde 2013, quando os médicos já começaram a interagir por texto ou áudio por meio de WhatsApp no Brasil, Daniel percebeu a necessidade de criar uma plataforma que fosse melhor que o aplicativo.

A ideia inicial era possibilitar que paciente e médico pudessem agendar uma conversa entre as consultas, já que anteriormente a telemedicina não era aprovada no país. Assim, ambos poderiam ter autonomia para se comunicar quando necessário, sem precisar sair de casa.

“Na época, pensei em criar uma plataforma online com algumas regras de funcionamento, que iriam ajudar o médico no trabalho de fazer o relacionamento com o paciente de forma mais prática, ágil e continuada”, afirma.

Cuidados com a saúde não deveriam ser pontuais

Segundo o especialista, a saúde não acontece uma ou duas vezes ao ano, ela é contínua, é uma linha do tempo, está sempre acontecendo. No entanto, o sistema de saúde não funciona desta forma. Ele conta apenas com pequenas interações, eventos pontuais de visita ao médico, de internação, ou realização de exames.

“Acredito que ao digitalizar as interações médicas, é possível que as pessoas sejam continuamente acompanhadas, a ponto de identificar quando uma pessoa deveria estar indo ao médico, mas não está”, explica.

Para ele, a consulta online não é onde está o maior potencial da tecnologia. “Na verdade, está em tudo que acontece enquanto não há duas pessoas se enxergando em tempo real”, revela.

Por exemplo, o sistema pode identificar quando uma pessoa deveria ter feito uma vacina e não fez. Dessa forma, é possível entrar em contato com a pessoa ativamente. “É uma oportunidade de a saúde deixar de ser reativa, para ser proativa e evitar problemas.”

DrChaté uma plataforma online que aproxima médicos e pacientes. Ela possibilita que as pessoas possam conversar com um médico sempre que precisarem. No site é possível que médicos e pacientes façam seu cadastro e utilizem a plataforma de diversas maneiras. O paciente pode ter acesso ao seu próprio médico que já o atende em um consultório, ou a um médico da equipe de medicina da família do DrChat.

Sobre o autor

Dr. Daniel Branco é médico pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), neurologista e doutor em neurociências pela PUCRS e pós-doutor em mapeamento cerebral pela Harvard Medical School. Desde que construiu o primeiro site médico do Brasil, em 1995, Daniel tem dedicado a carreira ao desenvolvimento de tecnologias para a saúde.





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