Livro desafia a envelhecer fora da cadeira de balanço
11/03/2014 - por Por Luciana Seabra | De São Paulo

rês profissionais das finanças e um livro sobre envelhecer. Poderia se esperar uma profusão de números e tabelas, mas o dinheiro é somente uma das variáveis no "4 Dimensões de uma Vida em Equilíbrio". Os autores, Jurandir Macedo, Martin Iglesias e Denise Hills, conheceram-se nos corredores do Itaú Unibanco, onde descobriram que compartilhavam, além do local de trabalho, uma angústia: como lidar com o envelhecimento e a expectativa de viver cada vez mais? Das primeiras ideias, no fim de 2012, saiu o livro, editado pela Insular, que estreia nesta semana em versões impressa e digital.

"Que história eu conto para o meu filho de 18 anos que vai fazer 100? E o que eu devo fazer para não ser um encosto para ele?", questiona Denise. Já em sua terceira carreira, como superintendente de sustentabilidade do Itaú Unibanco, ela diz que aquela história de trabalhar duro para um dia poder parar e descansar em uma cadeira de balanço não faz mais sentido. "Envelhecer mudou, as perguntas mudaram", considera.

Para envelhecer bem, concluiu o trio, é preciso agir durante a vida como o artista de circo que luta para manter quatro pratos giratórios no ar. Os quatro correspondem aos capitais físico, social, intelectual e financeiro. É preciso, dita o livro, cuidar da saúde mental e física, manter bons relacionamentos com família e amigos, ser capaz de se adaptar às mudanças tecnológicas e culturais e acumular recursos suficientes para manter um padrão de vida com independência.

No livro é possível fazer um teste para verificar se os quatro capitais estão em equilíbrio. Alternar o foco de atenção entre os pratos é normal. O problema é quando um deles cai no chão, escrevem.

Cuidar do capital financeiro não significa trabalhar para estocar e depois parar para gastar, consideram os autores. Como há vida longa depois da aposentadoria, há alternativas como reduzir a carga horária ou começar outra carreira.

Quando o assunto é dinheiro, o livro sugere o uso da metodologia chamada de 1, 3, 6, 9, desenvolvida por Iglesias e sua equipe no Itaú, onde ele é gerente de produtos de investimento. A intenção, explica, é responder a uma pergunta que se ouve com frequência em palestras de educação financeira: será que estou poupando o suficiente?

A regra de bolso define que, para estar no caminho certo para a aposentadoria, é preciso ter acumulado um ano de renda até os 35 anos de idade, três anos até os 45, seis anos até os 55 e, por fim, nove anos até os 65. Se o método for seguido à risca, diz Iglesias, será possível manter o padrão de vida depois da aposentadoria. Quem demora para começar precisa fazer um esforço de poupança maior.

Para quem quer escolher quanto guardar mensalmente, outra regra sugerida é poupar um percentual correspondente à sua idade quando se começa a guardar dinheiro menos 15. Quem começa aos 25, por exemplo, deveria guardar 10% ao mês para o resto da vida. Já quem dá início à poupança aos 40 precisaria economizar 25% mensais para garantir uma velhice confortável.

Como o dinheiro é poderoso para prover prazer, diz Denise, não há recomendações para cortar o cafezinho depois do almoço ou reduzir as idas ao salão de beleza. "Economizar não é tirar o supérfluo, mas o desperdício", afirma.

A disciplina na poupança torna o veículo de investimento uma questão secundária, conforme os autores do livro, mas Iglesias aponta ações e produtos de previdência com benefício fiscal como boas alternativas.

A expectativa dos três autores é alcançar leitores que não vão viver somente a terceira idade, mas é bem provável que também a quarta, entre 81 e 100 anos, e quem sabe a quinta, pós um século. "A velhice era uma coisa extremamente esporádica", diz Macedo. Na nova sociedade, ninguém vai respeitar você simplesmente porque é velho. Você vai ter que ser interessante", completa.

A dificuldade de equilibrar os quatro pratos, escrevem os autores, é a preferência pela gratificação instantânea. O livro é repleto de exemplos que ajudam a pensar sobre essa questão, como a dificuldade de escolher entre uma viagem hoje a Paris de classe econômica, com duração de uma semana e € 80 para gastar por dia, ou uma daqui a quatro anos, de primeira classe, com o dobro de tempo e € 200 diários.

O livro, primeira obra de Denise, segunda de Iglesias e quarta de Macedo, vai custar R$ 46 nas livrarias. A versão digital será distribuída pela Amazon por R$ 9,90.

 


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