BNDES lança campanha e prevê levantar até R$ 100 milhões
30/04/2020
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) organiza uma campanha para levantar recursos no combate à covid-19 no Brasil, em que será um dos principais doadores. O banco de fomento vai disponibilizar até R$ 50 milhões, mas o total de recursos oriundos da instituição dependerá de outras contribuições. Isso porque a cada R$ 1 de doação oferecido por pessoas físicas ou empresas, o BNDES vai oferecer outro R$ 1, em uma ação conhecida como “matchfunding”. Assim, o total arrecadado pela campanha batizada de “Salvando Vidas”, pode chegar a R$ 100 milhões.
 
O BNDES também vai usar seu poder de articulação para atrair doações de empresas. A expectativa é que R$ 40 milhões sejam contribuições de companhias e R$ 10 milhões de pessoas físicas. Lançada nesta quinta-feira, a campanha já recebeu R$ 4 milhões de empresas como Linx, Klabin, banco ABC Brasil e a gestora de recursos Lorinvest. Com a contrapartida do banco de fomento, já começa com R$ 8 milhões levantados.
 
“Só vamos doar a contrapartida do que a sociedade doar. Estamos otimistas que iremos captar os recursos totais”, diz o diretor de crédito e garantia do BNDES, Petrônio Cançado. Ele lembra que a gestão atual do BNDES tem buscado aumentar a atuação no setor de serviços e assim ampliar o alcance de suas ações.
 
Se os R$ 100 milhões forem alcançados, serão suficientes para comprar equipamentos de proteção individual, álcool em gel e aparelhos para leitos hospitalares por cerca de dois meses. Serão beneficiados quase 1 mil hospitais filantrópicos em todo o país, especialmente Santas Casas, responsáveis por quase 50% dos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Todo o processo será acompanhado por uma empresa de auditoria entre as chamadas “Big Four” - KPMG, Delloitte, EY ou PWC - que ainda será contratada.
 
A seleção dos hospitais beneficiados será feita pela Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB). “Essa ação vai beneficiar em muito as instituições grandes, médias e pequenas”, disse o presidente da confederação, Mirócles Veras. Serão priorizados os municípios que apresentam mais problemas, caso, por exemplo, de Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus e Fortaleza. “Naturalmente leva um tempo para a aquisição e distribuição do material. Todo esforço é para que os primeiros estejam disponíveis entre 15 a 20 dias”, afirma Veras.
 
As pessoas físicas interessadas em doar para a campanha deverão utilizar a plataforma de financiamento coletivo Benfeitoria, que já havia atuado com o BNDES em outras ações. Os valores recebidos vão de R$ 10 a R$ 100 mil. Acima disso, serão enviados à Sitawi, que atua como agente financeiro filantrópico.
 
“Esta é a maior campanha do Brasil em crowdfunding [financiamento coletivo]”, diz a cofundadora da Benfeitoria, Tati Leite. Ela incentiva que as empresas se mobilizem e façam uma campanha própria, estimulando doações de funcionários por exemplo, e que a própria companhia ofereça uma contrapartida. Ao ser direcionado para a “Salvando Vidas”, o valor levantado será dobrado pelo BNDES, em um “match do match”.
 
A Sitawi vai oferecer transparência para o processo, informou o seu cofundador, Leonardo Latelier. Assim, vai consolidar os dados dos três canais de doações: pessoas físicas, jurídicas e do BNDES. “Vamos fazer o acompanhamento da parte financeira e da parte médica e, depois, a prestação de contas para o público.”
 
As compras serão centralizadas pela Bionexo, empresa que conecta compradores a fornecedores em todos os Estados no Brasil. A empresa tem referência da base de preços mesmo antes da covid-19 e pode evitar abusos e desperdício das doações, segundo o presidente do conselho de administração, Maurício Barbosa. “Neste momento, a doença está muito regionalizada e conseguimos identificar os fornecedores de Manaus, por exemplo”, afirma, citando uma otimização do prazo de entrega.
 
 
Fonte: Valor




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