Hospitais ajudam empresas a criar nova rotina de trabalho
13/05/2020
Com a expectativa de um retorno gradual das atividades nos próximos meses, as empresas estão procurando os hospitais e especialistas em saúde para criar as rotinas necessárias em seus ambientes para evitar a contaminação de funcionários e clientes pelo novo coronavírus.
 
Os projetos, montados por infectologistas, epidemiologistas e especialistas em segurança hospitalar, contemplam uma série de ações, como análise do índice de contaminação na região onde a empresa está instalada, acompanhamento de familiares dos funcionários e fornecedores, adoção de horários alternados de expediente, distanciamento entre as pessoas, higienização com produtos específicos, uso de itens de proteção. Há ainda mudanças de rotinas. Os hotéis, por exemplo, estão sendo aconselhados a servir café da manhã aos hóspedes nos quartos, e não em áreas comuns, a fim de evitar aglomerações.
 
O Hospital Albert Einstein começou a oferecer esse serviço de consultoria há cerca de um mês a partir de uma demanda da JBS, indústria de alimentos que não interrompeu suas operações por ser uma atividade essencial. “Fazemos uma consultoria mostrando quais fluxos devem ser adotados e isso depende de cada setor, que tem características próprias. Fazemos uma análise completa, de toda a cadeia”, disse Sidney Klajner, presidente do Einstein. Entre seus novos clientes estão também a BRF e Vale, além de empresas de varejo, cinemas e de educação.
 
O Grupo SEB, dono de escolas como Pueri Domus, Concept e COC, montou um plano de retorno às aulas que prevê divisão e rodízio das turmas, com metade dos alunos presencialmente na escola e a outra parte com aulas on-line em casa. “Vamos ter que ter álcool gel na escola toda, dar máscaras de proteção para professores e alunos, manter uma plataforma tecnológica robusta, teremos que ter mais espaço nas escolas por causa do distaciamento. Vai mudar muito a nossa rotina”, disse Chaim Zaher, fundador do Grupo SEB, que tem cerca de 50 mil alunos.
 
 
O Hospital Sírio-Libanês percebeu um aumento na demanda por esse tipo de serviço há cerca de 15 dias e tem negociações avançadas com rede de hotéis, restaurantes, condomínio de escritórios e até com uma cidade turística que pede orientações sobre como receber os visitantes de forma segura. “Temos um pacote de recomendações e conhecimento em segurança hospitalar”, disse Rafael Saad, gerente de consultoria do Sírio-Líbanês.
 
O médico Ricardo Diaz, infectologista da Unifesp, criou a Covid Care para prestar serviços que vão da descontaminação das empresas até o acompanhamento dos funcionários por infectologistas e aplicação de testes para detecção do coronavírus. A empresa opera desde março e já tem clientes dos setores alimentício e farmacêutico, totalizando 10 mil pessoas atendidas.
Diaz vem registrando também interesse por descontaminação de ambientes por empresas de diversos segmentos, como de call center. A Covid Care dá ainda treinamento desse serviço e está em negociações com operadoras de planos de saúde como Omint, Prevent Senior e Amil.
 
A demanda por serviços de limpeza e higienização especializada no setor de saúde cresce com a pandemia. Na Apoio Ecolimp, que presta serviços para hospitais da Rede D’Or, para o Sistema Único de Saúde (SUS), entre outros, o volume de contratações aumentou 26% em abril.
 
No hospital de campanha do Anhembi, em São Paulo, atendido pela companhia, os enfermeiros, recepcionistas e pessoal da limpeza passam por um rígido controle para evitar contaminação. “Nossos colaboradores deixam seus objetos em armários individuais trancados, recebem diariamente uniformes privativos higienizados. Todas as vezes que algum profissional tem de sair das dependências do hospital ele passa por um processo completo de higienização, descarte de uniforme privativo”, diz Débora Andrade, responsável técnica da Apoio Ecolimp.
 
 
Fonte: Valor




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