Somando 55 operações desde que estreou no Brasil em 2015, a rede de clínicas de diálise DaVita está acelerando a sua expansão pelas capitais no Nordeste durante a pandemia. Desde abril, a empresa já fechou duas aquisições na região, em Recife e Natal. O presidente da companhia, Bruno Haddad, disse ao Valor que está negociando no momento a compra de mais um clínica em Natal, além de unidades em João Pessoa, Maceió.
 
A empresa pertence à multinacional americana DaVita, avaliada na bolsa de valores de Nova York em US$ 9,6 bilhões, ou R$ 53,7 bilhões. Segundo Haddad, a meta da companhia é ultrapassar faturamento de R$ 1 bilhão no Brasil até 2022.
 
O executivo diz que a crise provocada pela coronavírus criou uma ambiente propício para fusões e aquisições no Brasil. “Há diversos impactos de custos das operações, aumento de preços, principalmente em clínicas menores que atendem ao SUS e vivem hoje dificuldade financeira”, afirma. “Várias nos buscaram e interessadas em fazer o processo de venda”, diz.

A DaVita compra 100% das operações e geralmente mantém o antigo dono - no geral, médicos - trabalhando em parceria com a empresa. Considerando as aquisições e os gastos com máquinas e infraestrutura, a DaVita investiu R$ 120 milhões neste ano até agora no Brasil, onde comprou cinco clínicas. Além das operações de Recife e Natal, a empresa adquiriu uma clínica em Goiânia, já durante a pandemia, e, antes disso, unidades em Juiz de Fora (MG) e São Bernardo do Campo (SP).

Com 3.500 funcionários, a empresa presta serviço para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para planos de saúde privados, atuando em duas frentes: diálise intrahospitalar e tratamento de doentes renais nas suas clínicas. Por ano, já são 180 procedimentos em 240 hospitais, além 1,8 milhão de tratamentos de paciente crônicos.
 
 
Segundo Haddad, a maior parte da expansão da empresa, que cresce a uma média de 60% por ano, se deve às aquisições, mas a companhia também tem construído clínicas do zero.

Além do foco no Nordeste, onde já opera em Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife e Salvador, a empresa tem olhado aquisições na região Centro-Oeste e já está negociando ativos em Campo Grande e Cuiabá.

Em São Paulo, a DaVita já alcançou 30% de participação de mercado de diálise para o SUS. Com menor penetração, as empresa está em mais nove Estados e no Distrito Federal.