Em um cenário de retomada gradual das atividades, o Fleury começou a oferecer ao mercado serviços de consultoria que engloba desde oferta de testes para diagnóstico da covid-19 e atendimento médico virtual aos funcionários das empresas até desenho do modelo de como deve ser a rotina a fim de evitar as contaminações. Os dois primeiros clientes são o grupo de shopping centers Iguatemi e o banco Bradesco, acionista do Fleury.

“Em curto prazo, entre três e quatro meses, não teremos uma vacina para imunizar a população. Então, temos que fazer testagem e adotar protocolos de segurança. Temos um grupo de médicos qualificados que pode ainda acompanhar e orientar as pessoas via telemedicina”, disse Carlos Marinelli, presidente do Fleury.
 

Como a parcela da população imunizada para o novo coronavírus ainda é muito pequena e não é viável realizar exames diariamente, Marinelli disse que uma das possibilidades é o uso de um aplicativo em que a pessoa relata seu quadro clínico, em caso de perceber algum sintoma da doença; dependendo da resposta, ela é encaminhada para uma consulta via telemedicina.

“As medidas adotadas variam de acordo com o perfil da empresa, o setor de atuação. O serviço de consultoria é modelado conforme essas características”, disse a médica Jeane Tsutsui, diretora executiva do Fleury.

 

O serviço de consultoria faz parte da estratégia de diversificação de negócios da rede de medicina diagnóstica. A companhia criou unidades com clínicas médicas e adquiriu a SantéCorp, que faz gestão de planos de saúde para empresas, entre outras frentes.

O Fleury entra em um segmento de mercado que surgiu com a pandemia. Os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês, e a startup Covid Care, do infectologista Ricardo Dias, da Unifesp, também estão oferecendo serviços de consultoria para as empresas que pretendem voltar às atividades ou que não interromperam suas operações por que estão enquadradas nas categorias de serviços essenciais.

Nesse contexto, a Fundação Vanzolini criou um selo de certificação, batizado de A2S - Ambiente Seguro e Saudável, que atesta se o ambiente é protegido contra o novo coronavírus. A chancela poderá ser concedida a estabelecimentos comerciais, escritórios e repartições públicas.

“A certificação tem validade de três anos, sendo que todos os anos fazemos uma validação”, disse Flávia Côrrea Ferreira, coordenadora da certificação A2S na Fundação Vanzolini.

Para obter a certificação é necessário que a empresa cumpra 46 pré-requisitos nas áreas ambiental, de controle operacional e de pessoas. “Não adianta ter álcool gel espalhado em todos os cantos, mas o pessoal não passar por um treinamento”, disse Flávia. Ela explicou que as empresas que não se enquadrarem na primeira vistoria terão de 15 a 30 dias para se readequar.

As empresas não são obrigadas a ter esse selo, mas na Europa muitos restaurantes, bares e outros estabelecimentos estão adotando a certificação como forma de mostrar à população que o local é seguro.