Hospital AC Camargo revê plano de investimento
09/06/2020

Referência na área de oncologia, o Hospital AC Camargo Cancer Center reduziu o investimento em expansão para este ano, previsto inicialmente em R$ 400 milhões, para R$ 200 milhões. Há grandes chances desse valor passar por uma nova revisão e baixar para R$ 100 milhões, o mesmo patamar de 2019, devido à pandemia.

A nova projeção leva em consideração o cenário de desemprego, que deve reduzir o número de pessoas com planos de saúde. Do total de 47,1 milhões de usuários de convênio médico do país, 67,5% têm o benefício por meio de seus empregadores.

“Temos estrutura para atender a atual demanda e unidades para serem abertas neste ano. Com isso, optamos por postergar alguns projetos”, disse José Marcelo de Oliveira, superintendente geral do Hospital AC Camargo Cancer Center, que assumiu o posto em janeiro, em substituição a Vivien Rosso.

Entre os projetos adiados está a ampliação da unidade ambulatorial no bairro do Itaim Bibi, na capital paulista. Embora a unidade vá ser inaugurada este ano, o hospital já programava uma expansão, que foi suspensa. O AC Camargo também adiou investimentos na área de tecnologia e na aquisição de um acelerador linear (equipamento para radioterapia), que demanda aportes também em infraestrutura especial para instalação.

 

Além de reduzir os investimentos, o AC Camargo também revisou seus custos. “Renegociamos os contratos de aluguel e com fornecedores de forma detalhada”, disse Maron Guimarães, superintendente-executivo corporativo do hospital.

No ano passado, o superávit do hospital filantrópico caiu 52,4% para R$ 133,6 milhões, devido a mudanças em seu regime fiscal - o que gerou impacto negativo de R$ 70 milhões - e em sua plataforma de call center, usada para agendar os atendimentos. “A mudança no sistema do call center gerou impacto na receita em dois meses”, disse Oliveira. A receita do hospital caiu 4,8%, para R$ 1,3 bilhão.

O reflexo tributário ocorreu porque o AC Camargo não renovou com a prefeitura de São Paulo o certificado Cebas-Saúde, que lhe dá isenções na linha de despesas com pessoal. O hospital optou por atender exclusivamente casos complexos de câncer de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). “Somos um hospital de alta complexidade e faz mais sentido o foco nesse tipo de atendimento”, disse o superintendente-geral do AC Camargo Cancer Center.

No ano passado, a instituição realizou 328 mil atendimentos ambulatoriais e 26 mil atendimentos emergenciais, além de 22 mil cirurgias, 33,2 mil sessões de quimioterapia, 2,3 mil ciclos de radioterapia e cerca de 1,8 milhão de testes de análises clínicas. O conselho curador do AC Camargo é presidido pelo empresário José Ermírio de Moraes Neto.

Apesar do cenário de maior desemprego, Oliveira acredita que o impacto da covid-19 para o AC Camargo será menor que para os demais hospitais, uma vez que seu foco é o tratamento de câncer. “Em abril, a receita dos hospitais ligados à Anahp [associação dos 122 maiores hospitais privados do país] caiu 26%. Nossa queda foi de 20%”, disse.

Neste ano, o AC Camargo também trabalha para implementar novos modelos de remuneração pelas operadoras de planos de saúde, como pagamento com valor fixo e por performance médica.

Fonte: Valor




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