Cresce número de testes de covid feitos em farmácias
03/07/2020

A procura por testes realizados em farmácias para o diagnóstico da covid-19 aumenta semana a semana no país. Dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) apontam que, dois meses depois do início do procedimento nas drogarias brasileiras, já foram realizados 144.484 testes rápidos.

Os exames realizados nas farmácias brasileiras detectam os anticorpos contra o vírus, por meio da coleta de sangue por um furo na ponta do dedo. O número total de procedimentos já realizados compreendem as análises feitas entre 28 de abril, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o serviço, e 28 de junho.

O presidente da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, ressalta que esse número poderia ser maior, uma vez que, mesmo com a autorização da Anvisa, as prefeituras devem dar aval para que as farmácias possam testar a população. Os dados da pesquisa englobam as empresas associadas à Abrafarma, que representam 45% do mercado farmacêutico nacional.

Mena Barreto pondera que essas empresas possuem 8,9 mil unidades, sendo que apenas 3,5 mil têm sala de serviço farmacêutico, obrigatória para a realização de testes de covid-19. Ele frisa que, mesmo assim, apenas 689 farmácias do país estão realizando os testes, devido à burocracia para obter autorização das prefeituras.

“Esse número de unidades que realizam testes ainda pode multiplicar por cinco. A dificuldade é a burocracia”, afirma Mena Barreto.

O estudo da Abrafarma mostra que entre 22 e 28 de junho, 46.998 pessoas se submeteram ao procedimento, com 6.596 resultados positivos para a doença. O número de testes realizados na última semana pesquisada foi 48,2% maior que nos sete dias anteriores. A pesquisa mostra ainda que, das 689 farmácias que realizam os testes, 266 ficam em São Paulo e 121 em Minas Gerais. Do total de pacientes, 21.097 (14,60%) testaram positivo, enquanto em 123.387 (85,40%) testaram negativo.
 

Recentemente, pesquisadores canadenses afirmaram haver grandes fragilidades em estudos que recomendam a adoção de testes sorológicos. Um artigo publicado na revista “The BMJ”, do Reino Unido, diz que a maioria dos estudos sobre testes sorológicos para o coronavírus não são precisos e os pesquisadores ressaltaram que “evidência não apoia o uso continuado” desse tipo de testagem.

Mena Barreto defendeu a qualidade dos testes das farmácias, que saem a um custo entre R$ 130 e R$ 180 para o consumidor e ficam prontos em 15 minutos. Ele diz que a doença é nova e os testes vêm sendo aperfeiçoados. “As indústrias que fazem [os testes] aprenderam, desenvolvendo produtos melhores. Vamos ter cada vez mais testes de maior qualidade”, afirma.

O presidente da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Carlos Eduardo Gouvêa, também defende os testes rápidos. “Não existe teste ruim. Existe teste certo, na hora certa, pra pessoa certa e no ambiente certo”, diz.

Segundo ele, há no país 228 produtos registrados para diagnóstico de covid-19. Gouvêa ressalta que a capilaridade das farmácias é importante para “colocar pessoas no sistema”, pois quem muitas vezes não seria contabilizado em estatísticas passa a ser identificado. “Temos nos assustado com quantidade de pessoas que criticam testes sorológicos. Tem momento certo para todos os testes.”

Fonte: Valor




Obrigado por comentar!
Erro!
Contato
+55 11 5561-6553
Av. Rouxinol, 84, cj. 92
Indianópolis - São Paulo/SP