Startup avança com solução inovadora de cuidados de idosos em tempo real e integral
Em dois anos, empresa espera atingir a marca de 5 mil usuários, com faturamento de R$ 4,5 milhões
04/08/2020

Durante a pandemia, diversas empresas no segmento de saúde digital e healthcare enxergaram oportunidades únicas para crescer. É o caso da Helpbox,startup brasileira focada em cuidados de idosos, que chegou ao mercado em janeiro deste ano propondo uma completa disruptura frente aos produtos oferecidos pelos grandes players do mercado. A empresa criou um dispositivo inteligente, que otimiza o atendimento à pessoa idosa, com monitoramento 24 por 7, por meio de Inteligência Artificial.

Trata-se de uma pulseira que gerencia e fornece dados essenciais, como movimentação atípica, controle de sono, mudança de decúbito, monitoramento cardíaco, prontuário médico e até mesmo controle do cotidiano do idoso. “Por meio dessas informações, nossa equipe de enfermagem consegue detectar desvios e contatar o paciente proativamente em viva-voz, sem que ele necessite apertar botões ou realizar ligações”, explica Adriano Goes, fundador da Helpbox.

Além da central de monitoramento em tempo real, o Helpbox possui um aplicativo para a família, dentro do qual é possível abrir comunicação com o assistido, ver sua localização, configurar alertas e acompanhar as atividades do idoso, entre outras funcionalidades. De acordo com o executivo, o público comprador da tecnologia está na faixa etária dos 35 aos 55 anos, ou seja, são filhos que desejam manter os cuidados de seus pais à distância.

A ideia de desenvolver um sistema que atendesse a terceira idade surgiu quando Goes sentiu falta de soluções para este nicho, focadas em dados. “Os dispositivos oferecidos não dispõem de inteligência. Resumem-se a botões de presença com funcionalidades extremamente simplistas, o que nos abriu a mente para criar uma ferramenta com alto valor agregado”, diz ele. Engenheiro de Telecomunicações e professor universitário com 25 anos de experiência no desenvolvimento de softwares, Goes entendeu que era hora de explorar um mercado ainda incipiente no Brasil.

Para se ter uma ideia do espaço a ser trabalhado pela Helpbox, segundo o IBGE, o número de pessoas com mais de 70 anos deve dobrar no Brasil até 2050, saltando de 9,5% para 21,8% da população, atingindo 40 milhões de pessoas. Em 2018, houve um aumento de 547% na população da terceira idade, o que fez com que a profissão de cuidador de idosos se tornasse a de maior crescimento no país.

A empresa possui casos de sucesso de pacientes de Alzheimer, por exemplo, cujo alarme de monitoramento cardíaco apresentava registros fora do padrão. A central de atendimento encaminhou o caso para a equipe médica, que solicitou exames mais detalhados, e estes detectaram uma bactéria no pulmão – a causadora do aumento da frequência cardíaca. Com o diagnóstico, o idoso passou a ser medicado adequadamente e não apresentou mais a arritmia.

Além de ajudar as famílias a manterem o bem-estar e a segurança do idoso, outro ponto importante é que a ferramenta foi desenhada também para obter dados relevantes para hospitais e planos de saúde. Segundo Goes, a obtenção de informações assertivas faz parte da estratégia de aprimoramento para garantir mais excelência nos cuidados com este público, considerado extremamente vulnerável. “Esta é mais uma oportunidade para maximizar nossas receitas”, esclarece o executivo.

Em termos de crescimento, as expectativas do fundador são as melhores: até o final do ano, ele pretende chegar à marca de 600 usuários; em dois anos, serão 5 mil usuários. Quanto ao faturamento, até 2022, a empresa deve atingir R$ 4,5 milhões.

“Nosso intuito é alcançar 61 mil idosos no Brasil, considerando primeiramente as pessoas com mais de 65 anos, pertencentes às classes A e B. Ao bater esta meta, queremos tornar o equipamento mais acessível e mirar as classes C e D também”, esclarece Goes, lembrando que o modelo de negócios é baseado em assinaturas. Hoje, a Helpbox reúne clientes nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco.


O executivo afirma ainda que reservou cotas da empresa para fazer rodadas de investimentos que permitam mais crescimento e capilaridade. “Já recebemos proposta de expansão para Portugal, Colômbia, Argentina e Chile. Porém, ainda estamos solidificando a companhia em solo brasileiro e consideramos que não é o momento”, conclui ele.




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