Pesquisa da Unifesp vai mapear o esgotamento de médicos por covid-19
10/08/2020

Atuando em unidades de saúde da capital, no auge da pandemia da covid-19, o que o neurologista infantil e pediatra Vinícius – que pediu para omitir o sobrenome – mais temia aconteceu. Ele contraiu o coronavírus e viu seus familiares também se infectarem. Entre maio e junho, ele teve de lutar contra a doença e ser o médico da mulher, dos dois filhos – um deles recém-nascido -, da sogra e de dois avós. Foi um estresse intenso que deixou marcas, não só físicas. Só não foi pior porque a mulher, psiquiatra, o ajudou a manter o equilíbrio.

Para avaliar até que ponto a pandemia está mexendo com os nervos dos profissionais de saúde, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) estão selecionando 500 médicos da linha de frente contra a covid-19 para conhecer o impacto, entre eles, da Síndrome de Burnout. Também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, o problema afeta 32% dos trabalhadores brasileiros, segundo a International Stress Management Association (Isma-BR). Seus sintomas são cansaço extremo, sensação de incapacidade, dor abdominal e resistência a ir para o trabalho.
 

“Com a crescente demanda de pacientes infectados pelo novo vírus com o risco de morte sempre presente, prevemos um aumento do estresse ocupacional no setor. A probabilidade é de que a situação seja mais grave nos epicentros da epidemia, como o Estado de São Paulo”, explicou a autora da pesquisa, Gabriela Correia Netto. O projeto terá supervisão da professora Laura Camara Lima. Serão avaliados 250 médicos que atuam diretamente no covid-19 e outros 250 de outras áreas.

Fonte: Exame




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