OMS diz que está discutindo vacina com a Rússia, mas que teste é inicial
11/08/2020

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e as autoridades de saúde da Rússia estão discutindo o processo para uma possível pré-qualificação pela OMS da recém-aprovada vacina contra covid-19 do país, disse um porta-voz do órgão nesta terça-feira.

A Rússia registrou a primeira vacina do mundo contra o novo coronavírus nesta manhã, anunciada pelo presidente Vladimir Putin. O registro nesta terça-feira aconteceu depois de cientistas do Instituto Gamaleya uma resposta imune nos voluntários que participaram de testes clínicos.

A vacina russa não estava listada entre as vacinas analisadas pela OMS. Além disso, no último relatório da OMS sobre as vacinas, de 31 de julho, a vacina russa ainda aparecia na fase 1 pelos critérios da organização. O último estudo divulgado mostra que a vacina russa havia sido testada em 38 pessoas. Para a fase 2, seriam necessários testes em centenas de pessoas e, para a fase 3, em milhares de pessoas.

 

A Rússia decidiu registrar a vacina mesmo antes da última etapa de testes, a fase 3. Os responsáveis ainda não divulgaram detalhes sobre seus testes, como acontece com as outras vacinas. Novas fases de teste começam nesta semana, segundo o governo russo.

As vacinas mais avançadas, na última fase de testes, estão sendo testadas em milhares de pessoas em diversos países — como a vacina da Universidade de Oxford e a da chinesa Sinovac, ambas testadas no Brasil.

 

No anúncio feito hoje, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que sua filha já recebeu uma dose da vacina desenvolvida. “Uma de minhas filhas foi vacinada, tendo participado da fase de testes. Após a primeira vacinação, ficou com 38 graus de temperatura, no dia seguinte tinha 37 graus e pouco. E é tudo”, afirmou Putin.

O governo do Paraná havia afirmado no fim do mês passado que conversou com o embaixador russo no Brasil para uma possível parceria com a Rússia para produção da vacina registrada hoje. Mais recentemente, foi fechada uma parceria do Paraná com a chinesa Sinopharm, que tem opções de vacinas feitas em Wuhan e Pequim que serão testadas no estado.

Para que uma vacina seja produzida no Brasil, a Anvisa exige uma comprovada eficácia nos testes de fase 3, o que a vacina russa ainda não tem.

(Com Reuters)

“Estamos em contato próximo com as autoridades de saúde russas e as discussões estão em andamento no que diz respeito à pré-qualificação a vacina. Mas, novamente, a pré-qualificação de qualquer vacina envolve análise e avaliação rigorosas de todos os dados de segurança e eficácia requeridos”, disse o porta-voz da OMS Tarek Jasarevic em Genebra.

Fonte: Exame




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