Vacina chinesa mostra bons resultados em 2ª fase de testes
12/08/2020

CoronaVac, vacina desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac Biotech, e testada em São Paulo em uma parceria com o Instituto Butantan, apresentou bons resultados na fase 2 de testes clínicos e foi capaz de induzir uma resposta imune nos 600 voluntários que participaram do estudo na China.

Os testes realizados foram randomizados, duplo-cego (quando nem o voluntário e nem o médico sabe qual remédio está sendo administrado) e com grupo de controle administrado por placebo. A pesquisa ainda não passou pela revisão dos pares e nem foi publicada em uma revista científica.

A proteção da Sinovac é baseada no vírus inativo, o que faz com que a produção de anticorpos seja estimulada pelo organismo humano, o que pode prevenir os sintomas graves da covid-19.

Os voluntários foram chineses saudáveis com idades entre 18 e 59 anos e não apresentaram efeitos colaterais graves, sendo que a dor durante a injeção foi a queixa mais frequente entre os participantes da fase de testes, mesmo quando uma dose maior da vacina foi administrada. Para os autores do estudo, os resultados positivos servem como impulso para que os testes da última fase ocorram.

A última fase de testes começou no Brasil no final de julho, no Hospital das Clínicas (SP). Nove mil voluntários receberão doses da vacina chinesa nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília.

Segundo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), a vacina “pode estar no SUS em janeiro de 2021”.

 

Especialistas em saúde pública, no entanto, seguem prevendo as vacinas para meados de 2021.

De acordo com o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) do dia 31 de julho, 26 vacinas estão em fase de testes e outras 139 estão em desenvolvimento. Das 26 em testes clínicos, 6 estão na última fase. A vacina da Rússia não está presente no relatório da OMS.

As fases de uma vacina

Para uma vacina ser aprovada, ela precisa passar por diversas fases de testes clínicos prévios e em humanos. Primeiro, ela passa por fases pré-clínicos, que incluem testes em animais como ratos ou macacos para identificar se a proteção produz resposta imunológica.

A fase 1 é a inicial, quando os laboratórios tentam comprovar a segurança de seus medicamentos em seres humanos; a segunda é a fase que tenta estabelecer que a vacina ou o remédio produz imunidade contra um vírus. Já a fase 3 é a última do estudo e tenta demonstrar a eficácia da imunização. Uma vacina é finalmente disponibilizada para a população quando essa fase é finalizada e a proteção recebe um registro sanitário.

Por fim, na fase 4, a vacina ou o remédio é disponibilizado para a população. Para chegar mais rápido ao destino, muitas opções contra a covid-19 nem passaram pela fase pré-clínica e outras estão fazendo fases combinadas, como a 1 e a 2 ao mesmo tempo. Mesmo após passar por algumas das fases (como a 1 e a 2), uma vacina pode não ter sua eficácia comprovada, o que nos faria voltar à estaca zero.

A corrida pela cura

Nunca antes foi feito um esforço tão grande para a produção de uma vacina em um prazo tão curto — algumas empresas prometem que até o final do ano ou no máximo no início de 2021 já serão capazes de entregá-la para os países. A vacina do Ebola, considerada uma das mais rápidas em termos de produção, demorou cinco anos para ficar pronta e foi aprovada para uso nos Estados Unidos, por exemplo, somente no ano passado.

Uma pesquisa aponta que as chances de prováveis candidatas para uma vacina dar certo é de 6 a cada 100 e a produção pode levar até 10,7 anos. Para a covid-19, as farmacêuticas e companhias em geral estão literalmente correndo atrás de uma solução rápida.

Nenhum medicamento ou vacina contra a covid-19 foi aprovado até o momento para uso regular, de modo que todos os tratamentos são considerados experimentais.

Fonte: Exame




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