Com R$ 50 mi, Pardini processa 20 mil testes de covid-19 por dia
21/08/2020

A pandemia de coronavírus escancarou alguns dos principais problemas de saúde do Brasil, um país em que 160 milhões de pessoas não têm plano de saúde e dependem de exames privados ou do Sistema Único de Saúde (SUS). A dificuldade em realizar exames, no caso da Covid-19 principalmente o RT-PCR, para identificar a doença foi um dos fatores que complicou a rastreabilidade da pandemia no país.

Tentando mitigar esse problema, o grupo de medicina diagnóstica Pardini acelerou investimentos e inaugurou um novo centro de análises, com modelos de automação e capacidade de processar exames em larga escala. Surgiu aí o Guardian, núcleo de análises em biologia molecular, que recebeu investimentos diretos e indiretos de R$ 50 milhões, e tem capacidade de receber amostras de todo o Brasil e processar até 20 mil exames RT-PCR por dia.

O Guardian faz parte do Enterprise, maior centro de produção de exames laboratoriais do mundo, localizado em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. Com a entrada em funcionamento deste núcleo, o grupo espera aumentar exponencialmente o número de exames realizados para detecção da covid-19: até agora foram 900 mil testes, sendo 500 mil do tipo RT-PCR.

 

De acordo com Roberto Santoro, presidente-executivo do Grupo Pardini, o Guardian é parte de um aprendizado de muitos anos, com a experiência do laboratório em automação e a relação com diversos fornecedores. “Outra competência central da companhia é a logística: nós atendemos em torno de 2 mil municípios no Brasil, sejam laboratórios, operadoras de saúde, hospitais. Esse tempo de operação é importante para chegar na região metropolitana de BH e produzir os exames”, afirma. 

Segundo ele, a experiência do Pardini como um laboratório de referência — o grupo processa exames de mais de 6 mil laboratórios e hospitais em todo o país — permitiu agilizar o processo de implementação do Guardian, um projeto que já existia e que foi tirado do papel em tempo recorde diante da necessidade causada pela pandemia. Foram mobilizadas áreas de tecnologia e cadeia de suprimentos para agilizar o Guardian em cerca de 5 meses. Desde a última semana, o projeto já processa 10 mil amostras por dia e pode aumentar a capacidade acima das 20 mil planejadas com a adição de tecnologia e maquinário.

“Se não tivéssemos essa experiência provavelmente não conseguiríamos cumprir essa nova etapa. Acreditamos que construímos algo único nesse momento tão singular”, afirmou Santoro. O Guardian também carrega as melhores práticas em termos de análises clínicas, automatizando a maior quantidade possível de processos para evitar contaminação entre análises e também proteger os funcionários do laboratório.

Importância durante e após pandemia

Com diversas cidades e municípios brasileiros passando por um processo de reabertura, aumentar a capacidade de processamento de exames da covid-19 é importante para que o Brasil consiga fazer o rastreio da doença e isolar casos em escolas e empresas, que começam a retomada de atividades presenciais.

Segundo Santoro, os números avaliados pelo laboratório são reportados de forma automática aos agentes de saúde, que podem utilizar essas informações para traçar melhores programas de política pública para lidar com a pandemia. 

 

A ideia é que o Guardian continue funcionando com grande capacidade no futuro, podendo fazer análise molecular de outros doenças, depois que a pandemia de Covid-19 passar. O Brasil, afinal, tem outros problemas de saúde, como a dengue, que de tempos em tempos volta a assolar a população.

“Pode-se transpor isso para dengue, por exemplo. É muito impactante perder alguém por dengue hemorrágica. Fazemos exames de dengue para todo o Brasil e isso contribui para o acesso e para que medidas sanitárias possam ser tomadas em todos os âmbitos”, explica Santoro. Para ele, esses são alguns dos exemplos das capacidades do Guardian, que pode ir além, fazendo análises de doenças incomuns e raras. “Às vezes pode ser uma doença rara, que é colhida em papel filtro numa região distante do país e você faz um teste genético e pode prover um diagnóstico e salvar vidas. O objetivo é esse”.

Fonte: Exame




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