Saúde mental no topo do pacote de benefícios das Empresas
13/09/2019

A preocupação com a saúde mental saiu dos consultórios, das conversas entre familiares e chegou às salas de reuniões de empresas em todo o País. E acredito que, se ainda não está, deva chegar na sua também.

O Brasil já é líder mundial no ranking de ansiedade. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o País tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo: 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população). Em depressão também estamos no topo, líderes em números de casos em toda a América Latina.

Te convido a parar para refletir por alguns minutos antes de continuar a leitura – isso se a ansiedade permitir esta pausa. Quando foi a última vez que você conseguiu se concentrar em uma única tarefa por mais de 40 minutos? Quantas vezes você checa o celular durante a reunião, até mesmo durante as importantes?

Fora os momentos de lazer, os jantares com pessoas queridas que não ficam sem interrupções digitais, as séries, programas e filmes cada vez mais curtos, respondendo à nossa exigência por conteúdos mais diretos e objetivos, mas muitas vezes sem o aprofundamento necessário.

Esta ansiedade traz impactos na redução do desenvolvimento cognitivo, físico e absenteísmo, afetando também as empresas em seus resultados com colaboradores, que apresentam dificuldades sociais e se tornam improdutivos, causando perda de produtividade anual de mais de um trilhão de dólares ao redor do mundo.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 44% dos funcionários apresentam algum problema relacionado à doença mental, que hoje já é a segunda maior causa de afastamento do trabalho, chegando ao número médio de 100 dias por ano.

Para os cofres públicos os investimentos também são altos. A OMS considera que, em 2020, a depressão será a segunda causa mundial de incapacitação e, em 2030, a primeira, estando à frente do câncer e das doenças infecciosas. Para ilustrar isso, vimos um aumento de 20 vezes nos pagamentos de auxílio doença nos últimos 10 anos, e hoje já falamos que 5 entre 10 causas de incapacitação no Brasil são relacionadas às doenças mentais.

Acredito que as empresas mais desejadas pelos melhores talentos serão aquelas que criam um ambiente e situações de bem estar e saúde mental, visto que os números só aumentam, assim como os reflexos de uma sociedade sem o tratamento necessário. Está na hora de trazer o tema para as pautas estratégicas.

Sobre o autor

Paulo Vaz é CEO da eCare Group, maior rede de saúde mental da América Latina e sócio fundador e CEO da Heads in Health, consultoria especializada em economia e evidências de mundo real na saúde.





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